segunda-feira, 15 de abril de 2013

Recomeço


Ligou e estava frio e cortante como um afiado punhal de prata. Neste momento, senti a alma trincar e a voz, inevitavelmente, embargar. Disfarcei. O tom de sua voz me indicava o que supunha a muito,sua apatia, e as suas palavras, rasas de significado, me diziam o que não queria ouvir. Não, eu já não estava mais em seus pensamentos, em seu coração, em seus registros pessoais. Será que já estive alguma vez nem que por um ínfimo instante de tempo? Não importa mais. A cada palavra dita friamente sentia que algo dentro de mim estava ganhando força, transformando-se de forma irreversível. A dor é algo que nos inquieta e que nos encoraja a fazer o que é certo, contraditoriamente.

Ouvir aquela voz, que em tantos momentos passados me pareceu tão doce, me dizer que três míseros dias distantes foram suficientes para desistir, me fez crescer em uma velocidade incrível e inimaginável até então. Percebi, finalmente, que não posso querer o amor de alguém se ele não vier gratuitamente e que preciso assistir menos comédias românticas em que o mocinho sempre faz tudo para reconquistar a mulher amada( o detalhe é que a amada é realmente amada).

Não me contento com pouco, com quase, com metade, isso eu sempre desconfiei, mas agora tenho plena certeza. Quem quiser o meu amor, carinho e atenção, a partir de agora, terá que merecê-los e se entregar da mesma forma. O trato é esse: ou tudo, ou nada! Não aceitarei meio-termo na minha vida daqui pra frente.

Acordei com a plena certeza de que mais uma porta foi fechada em minha vida. Sim, não sou mulher de deixar porta aberta por onde vou, quando saio tenho a educação e a hombridade de fechá-la e de me certificar que não mais será aberta por mim.Não ficarei remoendo o passado e nem ficarei presa a ele, pois este inviabiliza o desfrutar do meu futuro, que tenho certeza que será ao lado de alguém que me ama de verdade.

Levantei-me!  

2 comentários:

  1. A profundidade de suas palavras, sem dúvida, atingiu minha alma. Li toda a minha dor, agora.

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  2. Não posso dizer "Que bom!" nesse caso, mas me "alegro" em saber que alguém compreende 'o papiro'.O bom da vida é a oportunidade de recomeçarmos a cada dia, não é mesmo?Abraço, Samyra!

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