sábado, 20 de abril de 2013

Elucubrações sextinas


Estava aqui conversando, por mensagem, com uma grande amiga-irmã e leitora do blog, sobre homens. Estávamos comentando sobre como os homens têm regredido em relação aos gestos de cavalheirismo, e não estou aqui falando somente de abrir portas de carros e puxar cadeiras, é algo que vai muito além, que talvez transcenda a nossa compreensão e que vou tentar explicar com o desenrolar do assunto. Espero, sinceramente, ter o cuidado necessário para não ofender meus leitores! Let’s go!

           Sendo bem direta e reta, como sempre fui, pergunto: o que querem os homens? Já escrevi algo sobre isso a algum tempo, mas o alvo agora é diferente, é mais amplo. Lendo recentemente sobre estética, descobri que na pré-história, por não nos diferenciarmos muito uns dos outros fisicamente, pois não dispúnhamos de recursos estéticos, cosméticos, cirurgias plásticas corretivas, academias de ginástica e outros meios que melhorassem a aparência física, os índices de traição/infidelidade eram muito baixos. Fingi que acreditei que nessa época já existiam as agências de pesquisa e guardei a informação sobre quase não existir infidelidade neste época por não nos diferenciarmos tanto,  fisicamente, uns dos outros.

Pesquisando mais, compreendi que muito do que somos hoje, das nossas preferências pessoais e escolhas de um padrão de beleza X em detrimento de outro Y, foram, de certa forma, herdados da mídia escrita ou televisiva. Sim, a mídia com todo o seu apelo irresistível em nos vender algo, nos transformou, sorrateiramente, em reféns de padrões, dentre eles o estético, criados e estabelecidos ao longo dos tempos por ela: o sabão tem que ser Omo, a esponja de aço tem que ser Bombril, o desodorante tem que AXE, o homem tem que ser um príncipe da DISNEY e a mulher tem que ser a gostosa da capa da PLAYBOY. Olhem a inconsistência da coisa. Sempre achei que os príncipes, rebatizados de gentleman, não buscassem princesas marombadas do tipo PANICAT.Muito confuso tudo isso!

Quer dizer que não posso usar sabão de coco pra lavar minhas roupas, se eu quiser? não posso não gostar de esponja de aço? não posso usar meu desodorante “Alma de Flores” e meu sabonete PHEBO(ui!)? Claro que pode e deve, porém os publicitários, com seus poderes quase paranormais, sabem o que queremos de verdade e nos mostram isso através das propagandas. Nós, pobres mortais conduzidos como manadas, aceitamos tudo e vamos criando necessidades cada vez mais trashs e fúteis, como ter que possuir três aparelhos celulares, só pra dar um exemplo.Quer saber, como diria meu bom e velho amigo de todas as horas, Zeca Baleiro: “a depender de mim, os publicitários viram bolhas, eu sei como fazer minhas escolhas e aceitar os erros que lá vem”. Salve, Baleiro!

Clínicas estéticas faturam alto para nos deixar com a cara da Fulana de Tal - ou no mínimo bem parecidas-, com os seios da Cicrana e o bumbum desproporcional da Beltrana. As mulheres acham que devem seguir a tendência da moda e "os homens" só querem exibi-las como troféus em seus pódiuns imaginários. Não sou contra as pessoas que se cuidam, pelo contrário, eu me cuido bem, mas confesso que não cultuo o meu corpo como trabalho as curvas do meu cérebro.

Ainda sobre minha amiga, lembrei de conversas que tivemos anteriormente. Certa feita, nos perguntávamos sobre qual seria o nosso problema, pois geralmente atraíamos pessoas erradas para as nossas vidas, embora estivesse tudo aparentemente certo com a gente, pois somos mulheres bonitas (sem Photoshop), bem resolvidas em todos os sentidos, de boas famílias, boas filhas e sem distúrbios psicológicos ( e isso não é propaganda enganosa). Aí, vem mais um ponto importante que merece destaque: os homens, ou grande parte deles, não querem mais lutar por nós, mulheres decentes, mas tudo tem um porquê. A experiência e o IBGE (com o senso indicando que as mulheres estão em maior número no Nordeste) têm nos mostrado, que para grande parte dos homens, não vale a pena gastar tempo e dinheiro com esse tipo de mulher certinha, se já há no mercado uma infinidade de outras a disposição, sem que se faça um esforço mínimo para tê-las. Na primeira marra que a gente faz, o cara já nos troca pela próxima que vai passando em frente.

É inquestionável que esta é uma situação bastante confortável para os homens, porém, penso como serão suas vidas daqui a algum tempo, com o apagar das luzes, que é quando a festa acaba de verdade. Afinal, são essas as mulheres que terão para construir suas vidas.

Se a fidelidade, segundo Osvald de Sousa, se mostrou em números irrisórios na pré-história, tem dado demonstrativo que no século XXI, não está para brincadeira. Troca-se de companheiros como quem troca de roupa, os casamentos de 20, 30 anos já viraram lendas urbanas e os valores...que valores? Os artistas, e não somente eles, batem verdadeiros records quando o assunto é infidelidade e separação. Parece que estamos vivendo em uma grande gincana, disputando quem fica menos tempo com alguém.

Por tudo isso, estou a cada dia mais tempo em casa, estudando e blogando, porque não sei rebolar até o chão, dói as minhas pernas e as minhas costas (só quebro por conta da gripe) e dou fora em Zé Mané Aventureiro, que vem com mi-mi-mi pra cima de mim. Pra mim, o cara que não leu, ou que pelo menos ouviu falar em Gabriel Garcia Márquez, não merece minha atenção. Mulher de verdade não é pra quem quer, é pra quem pode!

 

E fim de papo.

2 comentários:

  1. Cara Dydja,
    O mundo é injusto. Enquanto procuramos sermos mulheres decentes, a sociedade cultua a indecência. Vejo que diante disso estamos fora do mercado. Mas não esmoreço. Enquanto não acho a pessoa certa vou me divertindo com as erradas. Cansei de ficar sofrendo. Aprendi também que ficar em casa não resolve nada.
    Aprendi também que quem escolhe muito fica sem ninguém. E homem é assim mesmo. Elas não lutam pela a gente e quando menos esperamos eles estão com outra na nossa frente.
    Abraços!!!

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  2. Cara amiga,


    Gostei do seu comentário, especialmente na parte que diz "Enquanto não acho a pessoa certa vou me divertindo com as erradas. Cansei de ficar sofrendo. Aprendi também que ficar em casa não resolve nada.", porém ainda não alcancei o seu grau de evolução, digamos assim (rs). E quando diz " Aprendi também que quem escolhe muito fica sem ninguém", te digo que esta é a frase típica de minha mãe. Imagina eu, que tenho 4 tias, que ficaram pra "titia"(xiiii, tô lascada!),imagina a responsabilidade que tenho?!Porém, tenho consciência que a questão não é o elevado grau de exigência...é, acho que acabo de ter uma ideia para um dos próximos posts.

    Abç,

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