domingo, 26 de fevereiro de 2012

Relatório do Carnaval 2012

“Tô aqui deitada no meu quarto, de pijama, porque tem visita estranha na sala”...

Então, vou aproveitar pra discorrer sobre o meu feriado de carnaval, tô devendo essa.

Bem, tudo começou quando recebi um convite do meu primo Nelson, que está morando aqui em casa, para irmos para São Domingos do Maranhão, cidade que visitei quando criança, quando minha tia-madrinha(que amo muito!), mãe dele, casou.A cidade em si é um charme, casas pequenas e humildes, mas é possível ver algumas com uma arquitetura mais moderna.Em menos de uma hora, é possível conhecer toda a cidade de carro e isso a torna muito acolhedora.

 São Domingos é uma cidade pacata e pequena em que todos os moradores se conhecem e as mulheres se chamam carinhosamente de “fia”.  Os homens vivem do comérico local e alguns poucos empregos públicos e as mulheres cuidam das casas e, às vezes, de uma quitanda, na própria casa. Quando chegamos, tivemos que passar pela quitanda da casa da minha tia para adentrar a casa, embora tenha outra entrada. Ao passar, pude sentir os cheiros das especiarias, que misturados aos doces e ao cheiro de madeira do balcão, levaram-me por um curto espaço de tempo aos meus tempos de infância. Claro que os comércios/quitandas continuam existindo, mas não têm mais aquele cheiro que pude sentir lá, cheiro de coisa boa, cheiro de infância. Ah, que sensação boa, que regaste logo na minha chegada. Confesso que por  muitas vezes fui à quitanda da titia só pra sentir aquele cheiro e tentar guardar na minha memória, já que em um frasco não é possível, pra quando tiver divagando sobre minha velha infância, poder sentí-lo novamente.
Ao adentrar na casa pude ver como é grande e espaçosa, como as antigas casas. Nem lembrava desse detalhe, afinal, fui lá quando era criança e a única coisa que queria era correr naqueles corredores e  brincar de esconde-esconde.Esta casa pertenceu aos pais do meu tio Galego, esposo da minha tia Jandira, pais do Nelson, que por uma questão de conveniência resolveram morar lá para receber os parentes que sempre os visistam.
Minha tia Jandira é “o doce que toda formiga quer ter”, e tem um esposo maravilhoso conhecido como Galego. Ele já tinha duas filhas antes de casar, Keila e Kécya, e tiveram Nelson e Maria Luíza. Titia tem tem uma coleção(?) de jabutis, dois cachorros que atendem por Cebolinha e Dick, que  gostaram de mim e que me pediam coisas pra comer toda hora, e um gato lindo que eu não largava um segundo, cujo nome é Nick. Quem me conhece sabe que eu tenho uma paixão por bichos e os gatos me encantam ainda mais por seu ar misterioso. Nick é gordão, obeso acho, só come ração wiskas e só bebe água direto da torneira,tem que abrir só um pouquinho pra ele não molhar o corpo, pede carinho quando passamos e faz xixi na cama das visitas se a porta estiver aberta(safado).

Chegamos na sexta e no sábado começaram a chegar os demais parentes dos meus tios, que assim como eu, resolveram passar o carnaval por lá. Dentre todos os visitantes (todos forasteiros) duas pessoas merecem destaque e valeram por toda a viagem: Samyra e Saulo. Eles são irmãos, sobrinhos dos meus tios e moram em São Luís do Maranhão. Nós nos demos super bem ao ponto de quase nunca nos desgrudarmos pra nada. Samyra é o tipo de pessoa que tenho a certeza que posso chamar de amiga, pois transmite essa certeza e mesmo um pouco menos de uma semana pude tirar essa conclusão. Saulo...o que falar dessa pessoa tão transparente e querida por todos? parafraseando um compositor piauiense ao qual nutro grande admiração pelas belas canções, Teófilo, ele é “ um menino parecido com alguma coisa que ainda não apareceu, parecido com as linhas da vida, que a cigana ainda não leu...parecia o abraço do sol com a lua, o minuto que o relógio não deu(...)”. Alguém já disse que as pessoas especiais, quando passam por nossas vidas, deixam para sempre suas digitais em nossa alma, acho que foi isso que Saulo fez.
É...acho que posso dizer que agora sei o que é carnaval: dancei, pulei, corri atrás de blocos(3), joguei e fui lambuzada de maisena, bebi, chorei, sorri e beijei na boca. 
Na quarta-feira de cinzas voltei pra casa, com Nelson, primo querido, desfiz as malas e voltei pra minha realidade.

Geovana Azevedo

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