domingo, 17 de março de 2013

Aquele olhar.


Lembro-me que nossos olhos encontraram-se e, naquele instante, sentimos, mutuamente, uma sensação quase indescritível, uma ternura mútua.  Aquele brilho intenso no olhar, que lembra olhos marejados, era o indicativo de que havia ali palavras que os lábios não conseguiriam explicar, indicavativo de que estávamos inebriados por algo que desconhecíamos a proporção e os porquês. Ficamos assim, por um bom tempo, como especialistas que analisam um órgão, tentando decifrar os seus segredos  e,  sem dizer uma só palavra, dissemos tudo. Sim, alguma coisa foi mudada de lugar, mas, temerosos que somos, sentimos medo de não mais encontrá-la ou de nos perdermos junto a ela, saciando, assim, um pedido, que não brota apenas dos olhos, mas dos lábios que indicam com um beijo intenso, doce e lento, que aqui é o melhor lugar que podemos ficar.
 
Geovana Azevedo

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