Sou uma colecionadora de coisas.
Guardei por anos, com o carinho e zelo de dono de antiquário, algo de valor indecifrável
e que me disseram não perecível: um amor. Vez por outra visitava-o, pegava-o no colo, com carinho, e, em
seguida, o devolvia para o móvel de madeira, já velho, onde repousava
tranquilamente.
Numa visita qualquer, cheguei
sem avisar. O velho móvel ainda estava lá, no mesmo lugar, e sobre ele apenas
as marcas amarelas e a fina poeira de algo que mudou de lugar.
O amor tem prazo
de validade, sim! Ele me venceu.
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