segunda-feira, 15 de junho de 2015

A validade do amor

Sou uma colecionadora de coisas. Guardei por anos, com o carinho e zelo de dono de antiquário, algo de valor indecifrável e que me disseram não perecível: um amor. Vez por outra visitava-o, pegava-o  no colo, com carinho, e, em seguida, o devolvia para o móvel de madeira, já velho, onde repousava tranquilamente.  
Numa visita qualquer, cheguei sem avisar. O velho móvel ainda estava lá, no mesmo lugar, e sobre ele apenas as marcas amarelas e a fina poeira de algo que mudou de lugar. 
O amor tem prazo de validade, sim! Ele me venceu.

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