domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro

Tinha apenas 16 anos, e pouca ou quase nenhuma consciência política, quando, segundo os jornalistas, aconteceu o 'maior atentado terrorista da história da humanidade': o atentado às torres gêmeas nos Estados Unidos. Claro, que na minha opinião, o maior atentado não fora esse, talvez tenha sido o mais imprevisível, já que não há como compará-lo às atrocidades vividas pelos judeus no século passado.
É Incrível como aquelas cenas dos aviões colidindo nas torres gêmeas em Wall Street são recentes em minha memória, e nem precisava que os noticiários as mostrassem para surgirem como um flashback indesejável. É estranho fazer parte disso, estar "viva" no mesmo momento em que tudo isso aconteceu,ver aquele concreto todo desabando e milhares de pessoas perdendo suas vidas em minutos, segundos até. A sensação  de ver tudo isso através da tv é de impotência, de incapacidade de fazer qualquer coisa para evitar que aquilo acontecesse.Quando vejo aquelas cenas, fico imaginando se daria tempo fazer alguma coisa,como nos desenhos animados, mas tudo se passa em frações de segundos, talvez nem tenha dado tempo de sentir desespero, exceto aquelas pessoas que se atiraram dos últimos andares para não serem consumidas pelo fogo.
É estranho ver tudo isso acontecer logo acima do Equador e saber que é consequência da ganância do homem, ou melhor, de seus representantes legais. Causa um grande desconforto saber que as pessoas que foram escolhidas para representar legalmente esses países, não consideram a vida como o maior bem a ser preservado, pois colocam-na em risco quando tomam decisões políticas descabidas, como invadir um território e querer se apropriar de uma riqueza que não lhe pertence.
Os livros de história já contém esse recorte, junto com tantos outros que devem ser relembrados e compreendidos, como forma de evitar que se repitam. Meus filhos estudarão, daqui a alguns anos, sobre essa tragédia e eu darei detalhes que os livros didáticos omitirão, com os olhos marejando e o coração apertado...
Um pouco mais de uma década já se passou depois do acontecido, adquiri uma certa consciência política e a leitura de alguns clássicos, profeticamente, fizeram-me compreender algumas coisas, que a 11 anos não fazia o menor sentido. Nesse dia de hoje, que completa o "aniversário de morte" daqueles que acreditaram numa política justa, chego a conclusão que o Estado não existe para representar os nossos interesses individuais e coletivos, mas para se afirmar perante o mundo como uma potência econômica e financeira, para evidenciar seu potencial frente aos demais Estados, poderíamos então voltar ao primitivismo e nem sentiríamos tanto...
 Que Deus tenha piedade de nós!